A Condição Humana
Troco e compartilho gostos, apreciações, boas ideias, luzes, fractrais, perfumes, fruições, contemplações, poiéticas, assertividades e dúvidas existenciais.
quarta-feira, 27 de setembro de 2023
NZINGA
Com quantas referências se produz o encantamento?
De quanta pesquisa, de quanto sentipensar nasce um ato, uma peça, uma palavra enunciada?
Nzinga em Ourinhos hoje
NZINGA E NGOLA MBANDI. Dramas universais. Zumbi e Ganga Zumba também não usam black tie na lida com as promessas do invasor.
Aos poucos começa-se a aprender que o poder é feminino e a autoridade, masculina. A reflexão vai aprofundando e a mente tenta acompanhar a profusão de sentidos.
Nizinga é o Sol para além do Ndongo. Muito antes e depois do colonialismo.
Ética comunitária Bakongo, Mbundu, Tchokwe. Pluriversos, absorver mundos no próprio mundo.
Espaço e tempo em espiral. Paradoxo temporal: passado-presente-futuro na diáspora e na resistência.
Corpografia, palavra enunciada, sons, músicas, iluminação: linguagens pensadas para que compreendamos a paisagem profunda – para além dos fatos. Fiquei pensando que aqui se dá a confluência mais intensa da descrição / narrativa densa proposta por Clifford Geertz.
Não há como não sair tocado, tensionado com uma peça assim.
Difícil encontrar palavras. Só consegui escrever fragmentos. Acho que a costura deve vir com os sonhos.
Gratidão, mais uma vez, Cultura Ourinhos!
quinta-feira, 6 de julho de 2023
Oficina
quarta-feira, 5 de julho de 2023
Religiosos
Em Nome de Deus, matar
Em nome da Pátria, matar
Em nome da Família, matar
Em nome da Liberdade, matar
Até quando toleraremos isto?
Valadões religiosos
quinta-feira, 8 de junho de 2023
A mulher que se foi
Assistido. Que estranhíssimo mundo este do outro lado. Pessoas
‘orientais’ falando língua tagalo em que você entende muitas palavras. É
espanhol. Tudo misturado. Até a entonação algumas vezes. E é uma país católico.
Não por acaso o país se chama Filipinas.
Mendigos loucos, homossexuais espancados, pobres vendedores
de tudo um pouco, padres, violência, lixo, fé, religiosidade, corrupção,
famílias poderosas, “bota-abaixo” casas pobres, cortiços sem escritura... Ainda
assim afeto entre os mais ferrados do mundo.
Não recomendo: quase quatro horas de filme, em preto e
branco, muito estudo da luz que traz imagens lindas e um final sem desfecho (ou
infeliz, com uma metáfora de uma justiça que ainda não se cumpriu). Que
estranhíssimo mundo este do outro lado.
quarta-feira, 31 de maio de 2023
O GOVERNO FOI DERROTADO (?)
O
GOVERNO FOI DERROTADO (?)
A
cobertura da grande mídia pauta sempre suas notícias numa possível
desarticulação do governo. O que seria? Falta de negociação? Falta de conceder
mais verbas para os senhores deputados “doarem” benesses para suas bases,
mantendo o coronelato moderno?
A
manchete correta seria: VENCERAM OS INTERESSES ESCUSOS. Ou, melhor ainda:
SUICIDOU-SE O POVO BRASILEIRO.
Sim.
A população comete suicídio inconsciente quando é convencida por pautas
moralistas – família, Deus, morte aos bandidos – a continuar votando nos representantes
dos partidos do chamado ‘centrão’ (atualmente Progressistas, Republicanos, Solidariedade, PL, PTB, PSD,
DEM, MDB, PROS, PSC, Avante, Novo, União Brasil e Patriota, mas já foram
outros – quando eles se desgastam pelo excesso de denúncias de corrupção e
incompetência, mudam a sigla, para não mudar a essência). Seus verdadeiros interesses ficam claros quando
se vê a defesa do interesse de seus financiadores – projetos de lei de veneno,
bala, destruição do que sobrou da natureza, privatização da educação, da saúde,
diminuição dos direitos trabalhistas.
A
formação desta maioria no Congresso Nacional obriga qualquer governo a ter que
negociar e, por vezes, ceder aos interesses destes senhores deputados e
senadores. Interesses que envolvem o seu próprio bem-estar (a pequena corrupção
de apenas alguns milhões) e de seus financiadores (a grande corrupção).
A
grande mídia precisa ser mais honesta. Na cobertura das disputas do congresso
não nos interessam picuinhas, joguinhos, agrados. A pergunta sempre é: a
maioria da população perdeu ou ganhou?
terça-feira, 9 de maio de 2023
Rita Lee foi passear....
Rita Lee foi passear....
Uma vida de transgredir, ir além, atravessar.
É um daqueles seres que vieram pra bagunçar, reorganizar, dar sentido à cultura de um povo, de muitas gerações.
Gratidão por toda alegria, por canções, melodias, letras prosaicas, profanas, sublimes.
Apesar, contudo, todavia, mas, porém
As águas vão rolar, não vou chorar
Sim, amou demais
Cheia de graça
Fez um monte de gente feliz
quarta-feira, 26 de abril de 2023
Ensino de História
São muitos movimentos necessários, mas isso não deve nos
desanimar. Em alguns lugares, inclusive em pós-graduações em que trabalho,
historiadores têm utilizado a alegação do avanço – importante, fundamental e
que deve ser reconhecido e aplaudido - das pesquisas em História Pública para
argumentar a indissociabilidade entre ensino e pesquisa. Que bom, né? Nas
entrelinhas, contudo, está a eliminação da potencialidade reflexiva e formadora
das investigações do campo de pesquisa do ensino de História. Não necessitamos
deste campo, por que todos nós temos autoridade para falar sobre aprendizagem
dentro e fora das escolas, mesmo que nunca tenhamos publicado nada sobre
aprendizagem, crianças, adolescentes e jovens, história da escolarização, linguagem,
letramento, progressão, significância etc.
Penso que é fundamental assumirmos o "Ensino de
História no Ensino Superior: Revisão Urgente". E - em conjunto e
inseparavelmente - estará a nossa postura e defesa da legitimidade e protagonismo
da nossa voz na discussão sobre o currículo e demais proposições para a
Educação Básica (em conjunto com os docentes que atuam diretamente neste nível).
A defesa da presença da História no currículo, sustentada por uma reflexão profunda
da sua potencialidade formadora é uma parte deste trabalho. A outra é apontar
as demandas que a aprendizagem escolar de História pode e consegue atender no
mundo contemporâneo, implicando os critérios de seleção para conteúdos
substantivados e procedimentos a serem abordados progressivamente desde a Ed.
Infantil. Ao meu ver, são os meus colegas pesquisadores do ensino de História que
melhor conseguem fazer esta apropriação da riqueza da produção historiográfica
contemporânea para responder a estas demandas.
Alimentando o debate e a dialética entre Ed. Básica e Ensino
Superior talvez consigamos galgar mais espaços e o respeito que ainda não temos
por parte de alguns (infelizmente muitos) colegas historiadores – historiadores
como nós, é sempre bom lembrar!